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OS TUMORES QUE NOS HABITAM


Por Mônica Olender

Originalmente publicado no Facebook da autora em 08/10/2017

"(...) a parte mais importante do cérebro é a que nos faz ter esperanças, sonhar, imaginar. Uma parte singular, quase imensurável, é a que faz você ser você, e eu ser eu. E faz todos serem quem são. É tecnicamente chamada de fórnice, mas eu chamo de caixa dos sonhos. A questão é: o que acontece quando a caixa de sonhos é invadida, quando um tumor é tão grande, tão exigente, que ele exaure a caixa de sonhos? Ele se apossa, rouba esperanças e sonhos. Imaginem: quando esse tumor [não] é removido, o que sobra? Ou melhor, quem sobra? Alguma ideia? (...)"*

Esse tumor poderia ser a mídia brasileira? Sim, poderia. Vil, mentirosa, articuladora, preguiçosa, assim como nossos políticos. Esse tumor poderia ser uma metáfora à banda podre dos políticos sórdidos que, além de tudo o que a mídia é, ainda a nutre com corrupção, conspiração, desumanidade, arrogância, preconceito, intolerância.  Esse tumor poderia representar o exagero na utilização de alguns mecanismos de captura contemporâneos - como os aparelhos de TV (com suas novelas globais e os programas sensacionalistas que engolimos junto com nossas refeições), os celulares (com suas redes sociais) e os vídeos games – que nos roubam de nossas vidas e nos massificam numa dimensão desumana e solitária.  Esse tumor poderia ser o desejo, desejo de consumir posições sociais, mercadorias, novidades, sucesso, felicidade, conforto. Também poderíamos pensar na intolerância crescendo na cabeça de tolos fascistas, preconceituosos, que negam a alteridade em prol do egoísmo, da ideia de uma superioridade que se extingue no momento em que sentam nos vasos sanitários ou morrem, porque a merda que sai do ser humano e os vermes que os devoram são os mesmos para todas as classes, raças, gêneros, orientação sexual, origem, crença, idade.  Esse tumor poderia caracterizar alguns carrascos que se dizem professores e/ou pais, seres que abusam do poder que a tradição educacional disciplinar da modernidade lhes confere e se alimentam do embaraço, da intimidação, da submissão e da repressão a seus alunos e/ou filhos. Há jovens com esse tipo de comportamento também, que se voltam ferozmente para atacar seus colegas, seus professores, familiares: malignos tanto quanto os outros.  Enfim, esse tumor poderia assumir diversos significados: fome, angústia, medo, ganância, violência. Cada alguém que ler esse texto certamente poderá pensar em algum. Mas de diagnósticos está vivendo em berço esplêndido nossa sociedade há muito tempo! É preciso respostas! É preciso ação! É preciso re-ação para acabar com esses tumores que estão crescendo e ocupando nossas mentes e, por consequência, nossas vidas.  Se até eles, os tumores, têm a capacidade de se defender ao crescer e se desenvolver, o que está acontecendo com a gente, aceitando que eles tomem conta de tudo?  Lute pela humanidade, lute pelas singularidades, lute pela alteridade, lute pelos sonhos.  Pare de reclamar e de se acomodar! Encontre a sua parte e a FAÇA!




Esse texto foi inspirado por Victor Henriques e Ariadne Moraes


*Grey's Anatomy - Episódio 13, temporada 11.


Imagem retirada de https://www.google.com.br/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwjm4-7E0rTeAhVCjpAKHbQwArsQjRx6BAgBEAU&url=https%3A%2F%2Fwww.vix.com%2Fpt%2Fsaude%2F560612%2Ftumor-cerebral-vomitos-dor-de-cabeca-e-outros-sintomas-desvendados&psig=AOvVaw1KnDWo3prORs3i8kw9gN2v&ust=1541211517356167 Acesso em: 01/11/2018. Alterada por Yara Neves


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